VIDA SAUDÁVEL:
O sono no primeiro ano de vida // Teste do pezinho // Diversificação alimentar // Rastreio auditivo neonatal
SEGURANÇA:
Farmácia em viagem // Transporte no automóvel // A alta hospitalar do bebé prematuro
PROBLEMAS DE SAÚDE:
A febre no bebé // O meu bebé tem diarreia // Anafilaxia no bebé // Escabiose // O meu bebé bateu com a cabeça // Cólica do lactente // Eczema Atópico // Tosse // O meu bebé está amarelo. E agora?
Texto do Pediatra Dr. António Salgado
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As necessidades de sono variam no primeiro ano de vida: recém-nascidos - 16 a 20 horas; lactentes até 4 meses - 14 a 15 horas; dos 4 aos 12 meses - 13 a 14 horas, e o sono diurno diminui gradualmente.
Existem diferentes padrões de sono ao longo do primeiro ano. Até aos 3-4 meses, ao adormecer inicia o sono ativo, mais superficial, e cerca de 20 minutos depois o sono tranquilo, mais profundo. Após os 3-4 meses e para toda a vida, alterna de forma cíclica entre o sono Não-REM, após adormecer, mais profundo, e o sono REM, mais superficial e próximo do despertar. Na transição entre ciclos de sono existem microdespertares. No primeiro ano de vida predomina o sono REM e os ciclos são mais curtos, condicionando mais microdespertares. É pretendido que sejam curtos e a criança volte a adormecer.
Nos primeiros 4 meses estabelece-se o ciclo dia-noite. Para isto, contribui o aumento, ao final do dia, de uma hormona que induz o sono, a melatonina. Para aproveitar o pico desta hormona, é importante que a criança se aperceba da transição dia-noite, expondo-a ao pôr-do-sol.
Há condições e rotinas que devem ser adotadas pelas famílias e pelo bebé para que o sono seja precocemente um fator diferenciador da saúde.
Leia o artigo completo: O SONO NO PRIMEIRO ANO DE VIDA do Pediatra Dr. António Salgado.
Texto do Pediatra Dr. Pedro Costa e Cruz
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O que é?
O teste do pezinho é um exame que permite diagnosticar precocemente 24 doenças hereditárias do metabolismo e o hipotiroidismo congénito. É gratuito e, embora não seja obrigatório, é altamente recomendado a todos os recém-nascidos.
Quando e como é feito?
Deve ser realizado entre o 3º e o 6º dia de vida, no Hospital ou Centro de Saúde, através da colheita de uma pequena quantidade de sangue por meio de uma picada no calcanhar do bebé. O sangue é diretamente aplicado sobre um papel de filtro que depois é enviado para análise para a Unidade de Rastreio Neonatal, Metabolismo e Genética do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge.
Como saber o resultado?
O resultado está disponível três semanas após a colheita e pode ser consultado individualmente no endereço www.diagnosticoprecoce.pt, introduzindo o código que é entregue aos pais aquando da realização do teste. Quando existe positividade no teste, ou dúvidas que imponham uma repetição do mesmo, os pais são diretamente contactados.
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Um dos aspetos com que os pais mais cedo se confrontam é com a introdução e a diversidade dos alimentos nos primeiros meses de vida.
Consulte os conselhos dos nossos pediatras:
Texto do Pediatra Dr. Pedro Costa e Cruz
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Porquê?
A incidência de perda auditiva bilateral significativa é estimada em 1 a 3 por 1000 recém-nascidos (RN) saudáveis e em 20 a 40 por 1000 RN de risco, tornando fulcral a rápida identificação dos mesmos tão cedo quanto possível.
São considerados de risco, os RN com:
De que métodos dispomos?
Actualmente, o método mais utilizado no Rastreio Auditivo Neonatal são as otoemissões acústicas (OEA) – sons produzidos no ouvido interno como resposta a um estímulo sonoro emitido.
Quando?
Sendo a audição essencial para o desenvolvimento da fala e da linguagem oral, é fundamental que todas as crianças sejam testadas ao nascer ou, no máximo, até aos trinta dias de vida para que, no caso de perda auditiva confirmada, se inicie a intervenção precoce e adequada até aos seis meses de idade.
Como se realiza?
Para além da perda auditiva, há outras situações que podem condicionar um resultado anormal - bebé agitado, presença de secreções no canal auditivo externo ou líquido no ouvido médio.
Em caso de resultado alterado, o que fazer?
O teste deverá ser repetido no prazo de 15 dias e, caso se mantenha alterado, o bebé deverá ser observado na Consulta de Otorrinolaringologia com vista a efectuar outros exames de diagnóstico.
Texto da Pediatra Dra. Inês Serras
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O que levar como medicação para a viagem surge, habitualmente, na hora de fazer a mala, para quem viaja com crianças
As necessidades de cada família, irão depender das idades das crianças, do destino e, eventualmente, da duração da viagem.
Quando nos deslocamos em viagem para fora do país, devemos ter em conta que, a alimentação, o clima e os costumes poderão ser diferentes dos nossos, o que poderá acarretar alguns riscos acrescidos para a saúde. Por forma a acautelar eventuais imprevistos, devemos saber quais as doenças que poderão surgir e os recursos de saúde existentes na região.
De um modo geral, na mala da farmácia de viagem poderão constar:
Antes da viagem deverá procurar o seu pediatra, no sentido de personalizar esta lista, de acordo com as possíveis necessidades do seu filho.
Tome especial atenção para o acondicionamento dos medicamentos.
No caso de viagem de avião, lembre-se que existem regras específicas para o transporte de medicação na bagagem de mão, de modo a poder aceder aos fármacos durante a viagem, ou em caso de perda/atraso da bagagem de porão (poderá consultar as especificações de cada companhia aérea no respetivo portal).
Idealmente, deverá ter uma cópia da receita médica, onde conste o nome da substância ativa e a dose dos medicamentos habituais, para controlo na segurança do aeroporto.
Os medicamentos sólidos, como comprimidos ou cápsulas, não têm restrições. O mesmo não se verifica no caso de xaropes, transportados na bagagem de mão. Estes deverão ser transportados em embalagens seladas, com volume máximo de 100mL (num máximo de 1 Litro por passageiro), dentro de um saco de plástico, semelhante aos artigos de higiene.
Se vai viajar dentro da Europa, considere fazer o Cartão Europeu de Seguro de Doença (hiperligação no site), que lhe permite aceder aos cuidados de saúde de serviços públicos do país onde se encontra. Se viajar para fora da Europa, é aconselhável fazer um seguro de viagem.
Uma fonte muito completa de informação para viagens pode ser consultada em: www.travelhealthpro.org.uk
Texto da Pediatra Dra. Inês Serras
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As regras do transporte de crianças no automóvel têm vindo a sofrer algumas alterações ao longo do tempo. Em Portugal, o transporte de crianças encontra-se regulado no artigo 55.º do Código da Estrada. As crianças com menos de 12 anos de idade e menos de 135 cm de altura, devem ser transportadas por sistema de retenção homologado e adaptado ao seu tamanho e peso.
Atualmente, existem 2 tipos de regulamento para a homologação de sistemas de retenção de crianças (SRC):
>> Regulamento ECE R44-04 mais antigo, que classifica SRC por grupos de peso, e segundo a variedade de modelos de automóveis (universal, semi-universal e específico para alguns veículos) em que podem ser instalados.
>> Regulamento ECE R129 (mais conhecido por i-Size): mais recente, o futuro. Pretende simplificar todo o processo de escolha e utilização de sistemas de retenção para crianças
Cadeiras homologadas pelo Regulamento R44-04
GRUPO | PESO (Critério essencial) | IDADE APROXIMADA |
Grupo 0 | Até 10 kg | Só casos especiais. Recomendação do Ministério da Saúde |
Grupo 0+ | Até 13 kg | Até aproximadamente aos 15 meses |
Grupo I | De 9 a 18 kg | Desde os 12 meses até aproximadamente aos 3 ou 4 anos |
Grupo II | De 15 a 25 kg | Aproximadamente, desde os 3 anos até aos 7 anos |
Grupo III | De 22 a 36 kg | Aproximadamente, desde os 6 anos até aos 12 anos |
Cadeiras homologadas pelo Regulamento R 129
ALTURA (Critério essencial) | IDADE APROXIMADA |
Até 60 cm | Só casos especiais |
Até 75 cm | Até aproximadamente aos 15 meses |
Até 105 cm | Desde os 12 meses até aproximadamente aos 3 ou 4 anos |
O peso é, em qualquer caso, um critério muito importante, uma vez que determina a resistência da cadeira (até as cadeiras homologadas pela altura, R129, estabelecem um peso máximo de utilização).
Principais diferenças entre regulamento R44-04 e R129
Caraterísticas | R44-04 | i-Size (R129) |
Classificação | Classificação baseada no peso (em kg) | Classificação baseada na altura (em cm) |
Grupos de SRC | Grupos 0, 0+, 1, 2, 3 | Sem grupos, apenas baseado na altura da criança |
Direcção da marcha | Sentido da marcha possível a partir dos 9kg (aproximadamente 9 meses) | Sentido contrário à marcha obrigatório até aos 75 cm (aprox. 15 meses) |
Sistema de instalação no automóvel | ISOFIX, cinto de segurança ou uma combinação dos dois | ISOFIX |
Teste de impacto traseiro, lateral e frontal | Impacto traseiro 30km/h Impacto frontal 50 km/h | Impacto traseiro 30km/h Impacto frontal 50 km/h Impacto lateral 24 km/h |
No novo regulamento i-Size, a existência de teste de impacto lateral, o sistema ISOFIX, a facilidade de escolha e a obrigatoriedade de circular no sentido contrário à marcha até aos 15 meses, tornam a viagem das nossas crianças muito mais segura.
Os SRC homologados pelos regulamentos em vigor devem apresentar, em lugar visível, a seguinte etiqueta, onde é garantida a segurança do produto (regulamento ECE R44-04 vs R129)
Texto da Enf.ª Ana Freitas
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A família vivencia sentimentos opostos assentes ao mesmo tempo na esperança, ao testemunhar a luta do prematuro pela vida, mas também a ansiedade pela constante instabilidade clínica.
A necessidade de uma prolongada permanência hospitalar, com consequente afastamento dos pais do bebé por tempo indeterminado, o constante contacto stressante com um ambiente hospitalar, a aparência e as condições de saúde do bebé prematuro, o recurso elevado de tecnologias e a interação com diferentes profissionais de saúde podem dificultar o desenvolvimento do papel da parentalidade e, afetar o vínculo entre os prematuros e os seus pais.
A chegada da alta hospitalar é um momento muito esperado pelos pais, mas também ao mesmo tempo assustador, pois é repleta de desafios e medos, sendo caracterizado por expectativas e incertezas, pois é um ponto de viragem, em que os pais se deparam com o momento em que assumem verdadeiramente e de forma autónoma os cuidados ao bebé. É, por isso importante o envolvimento dos pais em cada passo, em cada cuidado, o mais precocemente possível.
Durante o internamento na nossa Unidade a intervenção de enfermagem não está assente apenas nos cuidados do dia-a-dia, como nos cuidados de higiene, alimentação/amamentação e conforto, mas também, num cuidado holístico, considerando múltiplas perspetivas, como as psicossociais e culturais da unidade familiar.
O acompanhamento do recém-nascido prematuro e da sua família após a alta hospitalar fazem parte das políticas de saúde e são essenciais para a promoção da saúde e prevenção da doença do bebé.
Se esta não for conhecida, considera-se febre os seguintes valores:
A febre é uma manifestação de combate às infeções e, por isso, benéfica. Quando as situações com febre são graves (5% dos casos), existem sempre outras manifestações associadas, os chamados “sinais de alerta”.
Quais são os “sinais de alerta” numa criança com febre?
Na presença de um ou mais destes sinais de alerta, a criança deve ser observada:
Numa criança com febre, quais os “sinais tranquilizadores”?
Embora possam ser incomodativos para a criança e poderem exigir observação médica, estes sinais sugerem doença sem gravidade:
O que fazer quando a criança/adolescente tem febre?
Oferecer água e/ou leite; adequar o vestuário e a roupa da cama à sensação de frio ou de calor; respeitar o apetite
Considera-se que o antipirético é eficaz se baixar a temperatura 1,0º a 1,5ºC em 2 a 3 horas. O objetivo do antipirético é aliviar o desconforto da criança e não eliminar a febre a todo o custo. Mesmo não medicada, a temperatura acabará, em regra, por baixar espontaneamente algumas horas depois, voltando a subir ao fim de poucas horas, e assim sucessivamente, até a doença passar.
Quando é que uma criança/adolescente com febre deve recorrer ao hospital/contactar pediatra?
Pontos-Chave a reter
Texto do Pediatra Dr. António Salgado
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O que é diarreia?
A diarreia é um aumento no volume de fezes face ao normal da sua criança.
Em bebés, que habitualmente tem mais trânsitos intestinais, significa que as fezes são mais aquosas ou ainda mais frequentes.
Nos mais velhos, podem apresentar apenas um aumento no número de fezes diárias (geralmente 3 ou mais).
O que causa a diarreia?
As causas mais comuns para diarreia são infeções virais e efeitos secundários após toma de antibiótico. As bacterianas são menos frequentes.
Se as dejeções são acompanhadas por sangue e muco (parece “ranho), a probabilidade de infeção bacteriana é maior e a criança deve ser observada e eventualmente colher uma cultura das fezes, para excluir estas causas.
O que devo fazer?
A sua criança pode continuar a comer uma dieta normal, nomeadamente: carnes brancas, arroz, pão, massas, leite e iogurte (sem lactose), frutos e vegetais (exceto, por exemplo, algumas frutas como a ameixa e vegetais de folha verde). Devem ser evitadas comidas com gordura e bebidas com açúcar.
Caso seja amamentada, deve manter o aleitamento materno.
Os alimentos devem ser oferecidos, sem insistir, uma vez que pode ter menos apetite.
Devem ser reforçados os líquidos, oferecendo mais vezes por dia e pode ser administrada uma solução de hidratação oral (que existe com o fim de promover uma hidratação equilibrada).
Para promover uma normalização do transito intestinal, podem ser administrados pré e probióticos (existindo várias formulações disponíveis). Existem outros medicamentos adjuvantes, como antissecretórios, entre outros, que devem ser administrados apenas por recomendação do seu médico.
Quando deve ser observado/a?
Texto do Pediatra Dr. João Tavares
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O que é a Anafilaxia?
É uma reação de hipersensibilidade imediata, aguda e sistémica, em que os sinais e sintomas refletem os efeitos fisiológicos da libertação de mediadores celulares (células mastocitárias e basófilos periféricos do sangue) que causam vasodilatação e espasmo da musculatura lisa, nomeadamente a nível brônquico. Ocorre após exposição a um de terminado antigénio.
Quais são as causas?
As causas mais habituais são a hipersensibilidade a alimentos, fármacos e picadas. De entre os antigénios alimentares, os mais comuns são ovos, leite, nozes, amendoim e marisco, sendo a apresentação rara antes dos 12 meses de idade. Antibióticos, nomeadamente penicilina e cefalosporinas, e anestésicos tópicos são agentes frequentes em idades mais tardias.
Quais são os sintomas?
Os sintomas surgem geralmente segundos a minutos após a exposição ao antigénio (que pode ou não ser previamente conhecido). Habitualmente existe rubor, prurido localizado a generalizado, lesões cutâneas, tonturas, lacrimejo, olho vermelho, edemas labial e perioral. Pode estar associada falta de ar, dificuldade em engolir, cólicas, náuseas, vómitos. Choque anafilático, angioedema e obstrução brônquica são geralmente manifestações de doença grave e, nesses casos, representam uma emergência pediátrica.
Como posso ajudar o meu filho? Devo recorrer ao Hospital?
Perante a suspeita de uma reação anafilática, deve ser realizada uma observação médica. Nos casos ligeiros, o tratamento de suporte pode ser suficiente e estudo analítico pode ajudar a definir a etiologia. O tratamento de eleição é a adrenalina (aumenta a resistência vascular periférica, relaxa o músculo liso e alivia o edema e a urticária) e pode ser administrada através de canetas injetáveis previamente prescritas pelo médico assistente ou em contexto hospitalar nos casos sem historial prévio.
Conforme a gravidade da situação, podem ser terapêuticas adicionais e, pelo risco de reação bifásica com reaparecimento dos sintomas 6-24h após a manifestação inicial, pelo que se devem manter sob observação clínica durante este período.
O que acontece após a alta?
Os casos confirmados de anafilaxia devem ser encaminhados a uma consulta de Imunoalergologia, de forma a identificar/otimizar evicção do antigénio e conduta de atuação em caso de nova reação anafilática.
Para mais esclarecimentos, aconselhe-se junto do seu médico assistente.
Texto do Pediatra Dr. João Tavares
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O que é a Escabiose?
A escabiose, também conhecida como sarcoptose ou sarna, é uma ectoparasitose cutânea causada pelo Sarcoptes scabiei variante hominis, de elevada incidência mundial e frequente em idade pediátrica. É altamente contagiosa, com transmissão por contacto cutâneo direto ou, menos frequentemente, por fómites, sou seja, através de superfícies/objetos, atingindo todos os grupos etários e classes sociais.
Como se pode manifestar?
Geralmente manifesta-se por uma erupção cutânea inicialmente localizada (com disseminação posterior), muito pruriginosa e que frequentemente atinge múltiplos conviventes ou coabitantes. Nas crianças mais pequenas (habitualmente nos dois primeiros anos de vida), pode predominar um atingimento das palmas e plantas e pode ser associado a clínica inespecífica, estando o prurido muitas vezes ausente e manifestando-se inicialmente como perturbações do sono/alimentação e irritabilidade. Mesmo após um tratamento eficaz, o prurido cutâneo pode-se manter por 2-4 semanas após o tratamento, sem que isso indique a ausência de cura.
Como é feito o diagnostico e onde me devo dirigir?
O diagnóstico é clínico, podendo ser realizado por um pediatra / dermatologista. Pode dirigir-se ao Serviço de Atendimento Permanente ou agendar uma consulta de Pediatria / Dermatologia. Após a realização do tratamento é recomendada uma reavaliação clínica após duas semanas para confirmação de cura. Em casos particulares, perante dúvida clínica ou inexistência de resposta terapêutica, pode-se recorrer à confirmação por observação microscópica.
Como se trata?
O tratamento curativo é geralmente tópico, adaptado à idade e caso-a-caso, sendo geralmente extensível a todo o agregado familiar (colegas de sala e professores assintomáticos não necessitam de tratamento). Não deve ser esquecido o tratamento de suporte, com vista a minimização do prurido e lesões secundárias associadas e a otimização da regeneração da pele. O tratamento concomitante dos fómites (lençóis, roupas, etc.) é essencial para evitar a reinfeção.
A criança pode regressar à escola após o tratamento?
Após 24h de tratamento eficaz, a criança e os pais podem regressar às atividades letivas e escolares sem restrições.
Para mais esclarecimentos, aconselhe-se junto do seu médico assistente.
Texto do Pediatra Dr. António Salgado
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Na sua maioria são ligeiros e sem consequências, mas grande motivo de preocupação para os pais, havendo alguns sintomas que, se presentes, devem motivar a observação da criança, pelo risco aumentado de lesão intracraniana.
Após um traumatismo craniano, as crianças e/ou jovens devem ser vigiados relativamente a alguns sinais e sintomas que podem determinar a gravidade da situação. Estes embora mais frequentes nas primeiras 12h após o traumatismo, devem ser alvo de vigilância até cerca de 48h depois.
Se presentes podem implicar a realização de um exame de imagem.
Assim devem ser observados, se:
Se não tiver nenhum destes sinais e sintomas, pode aplicar gelo sobre o local, pode administrar o paracetamol (com a ressalva se a dor de cabeça piora deve ser observado) e promover um ambiente calmo.
Não esquecer que prevenir é melhor que remediar.
Assim, as crianças devem sempre usar capacete, quando andarem de bicicleta ou skate, devem ter sempre um adulto por perto quando andam, cumprir as regras de segurança para o transporte em automóvel e ensinadas as regras do transito assim que sejam compreendidas, devem ser aplicadas barreiras em escadas, nunca devem ser deixados em sítios altos sem apoio de um adulto, desde os primeiros dias.
Texto do Pediatra Dr. Víctor Miranda
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Os bebés apresentam naturalmente algum choro durante o dia, associado a situações de fome ou desconforto (frio/calor, fralda suja, necessidade de sono).
Na cólica o choro é geralmente mais intenso que o habitual, mais agudo, e sem melhoria com as medidas de consolo (embalo, contenção, sucção), associado por vezes a maior tensão na barriga, braços e costas.
O desconforto intestinal e sobre estimulação do bebé são fatores que contribuem para a cólica, que surge também numa fase de progressiva regulação da resposta ao desconforto.
Para prevenção ou alívio da cólica são recomendados alguns cuidados:
Quando deve procurar uma avaliação médica:
Lidar com um bebé com cólica é causa frequente de ansiedade e frustração nos pais. É importante reconhecer estes sinais quando lidamos com “um bebé cólica” e conseguir estratégias para manter a calma perante a situação – alternar os cuidadores, pousar o bebé em segurança durante um curto período. Devemos evitar que a frustração se transforme em agressão! É uma situação difícil, mas nem o bebé nem os cuidadores têm culpa, é fundamental lidar adequadamente com a noção de que é um problema passageiro.
Para definir a melhor maneira de lidar com a cólica do lactente pode procurar apoio da equipa médica e de enfermagem que segue o seu bebé.
Texto do Pediatra Dr. Víctor Miranda
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Aparece frequentemente em pessoas com outras alergias, ou com antecedentes familiares de eczema.
Os sintomas incluem prurido, alterações da coloração da pele (geralmente com rubor), regiões de pele mais seca por vezes com descamação.
O eczema pode surgir em qualquer idade, mas é mais frequente antes dos 5 anos de idade. A distribuição no corpo varia com a faixa etária. Nos bebés e crianças abaixo dos 2 anos de idade afeta a cara e a face anterior dos membros; em crianças maiores é mais frequente surgirem lesões nas pregas cutâneas (em particular nos braços, joelhos e pescoço).
Com o tempo e sem tratamento algumas regiões da pele podem ficar mais espessas ou até com aspeto de cicatriz.
O diagnóstico de eczema atópico é feito pela observação das características da pele e das lesões.
O tratamento consiste na higiene e hidratação adequada da pele, bem como em cuidados para evitar a maceração da pele. Por vezes é necessário o uso de medicação mais específica para controlo do prurido e da inflamação (anti-histamínicos, corticoides tópicos ou orais, imunomoduladores). Em case de infeção das lesões de eczema pode ser necessário o uso de antibióticos.
Bons cuidados de higiene e hidratação da pele desde cedo podem prevenir o aparecimento ou pelo menos reduzir a severidade do eczema.
Texto do Pediatra Dr. Pedro Costa e Cruz
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O que é?
A coloração amarelada nos olhos (escleróticas) e na pele dos recém-nascidos (RN) é chamada icterícia e é causada pela deposição nesses tecidos de um pigmento chamado bilirrubina. Na generalidade dos casos, o aumento da bilirrubina – hiperbilirrubinémia - e sua posterior deposição nos tecidos é uma situação fisiológica e transitória, motivada pela imaturidade das enzimas ao nível do fígado, mas que deverá sempre avaliada pelo Pediatra para que possam ser excluídas outras causas (como infeções ou a incompatibilidade entre o sangue materno e o do RN). Os bebés prematuros têm então, naturalmente, um risco aumentado de apresentar icterícia.
A icterícia fisiológica surge habitualmente no 2º-3º dia e regride progressivamente nas 2 semanas subsequentes. A determinação do valor de bilirrubina pode ser feita através da colheita de sangue do RN, existindo também aparelhos que medem os valores via transcutânea (isto é, sem necessidade de colher sangue), sendo que na maioria dos casos mais ligeiros este último método é suficiente.
Como se trata?
Quando os valores de bilirrubina são excessivos, pode ser necessária a realização de fototerapia; tratamento feito no hospital em que toda a superfície corporal do bebé, com exceção dos olhos, é exposta a uma luz fluorescente artificial. A exposição indireta à luz solar, de forma cuidada, pode também ajudar na eliminação da bilirrubina.
Texto do Pediatra Dr. Víctor Miranda
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Em algumas situações é sintoma de doença, sendo por isso motivo frequente de consulta em Pediatria.
Podemos classificar em tosse seca quando não tem muco associado, ou produtiva quando tem. A intensidade também é variável, podendo em casos mais graves estar associada a dificuldade respiratória.
Há várias causas possíveis para a tosse nas crianças, incluindo infeções virais ou bacterianas, inalação de objeto estranho, asma, outras doenças respiratórias.
Os sinais de alarme que requerem avaliação médica são:
Para avaliação da causa da tosse, para além da observação da criança, poderão ser necessários exames complementares (análises, radiografia, provas respiratórias, broncofibroscopia, etc.) conforme cada situação apresentada.
Inicialmente para ajudar com a resolução da tosse deve oferecer líquidos à criança, e criar uma atmosfera húmida no banho ou com aparelho de aerossóis. Não está recomendado o uso de xaropes expetorantes ou antitússicos por rotina, especialmente se não tiver indicação médica para tal.
O tratamento vai depender da causa da tosse, podendo ser necessários antibióticos, broncodilatadores, anti-inflamatórios, anti-histamínicos, descongestionantes, entre outros.
Sendo a tosse um sintoma comum a várias condições e doenças, é necessária uma história clínica bem elaborada e observação da criança, de modo a conseguir uma correta abordagem e tratamento.